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Trabalho em equipa

 

A Newsletter da USP do ACES Porto Oriental vai entrar numa nova fase…vai ter um “novo rosto”, uma nova organização…ou seja, ao fim de quatro anos, todos concordamos que era necessário um “lifting”…

A gestora – a Sra. Enf. Ana Maria, pediu-me para fazer o editorial e, apesar de preferir o trabalho de retaguarda, não “pude” recusar.

O meu primeiro desafio foi escolher o tema e o segundo foi decidir o que escrever sobre o tema escolhido.

Ao revisitar as minhas memórias do trabalho que temos vindo a desenvolver na área da comunicação, com seis projetos concretizados ao longo destes quatro anos, não tive dúvidas que o tema seria “trabalho em equipa”… e o conteúdo? Deveria ser uma homenagem a três profissionais, que verdadeiramente têm feito um trabalho em equipa e que sem eles não seria possível ter sonhado, planeado, concretizado e ter sucessos… e resiliência, e espírito de sacrifício, e capacidade de trabalho, e honestidade na relação interpessoal; e capacidade de interajuda…e… poderia continuar a enumerar um conjunto “infinito” de qualidades e competências que reconheço nestes profissionais, com quem tenho o grato gosto de trabalhar.

Por tudo isto e muito mais o meu muito obrigado à Ana Maria, ao Luis e à Sandra.

 

E naturalmente o meu agradecimento estende-se a todos os profissionais da USP e, com uma profunda admiração, à nossa coordenadora, pelas suas competências técnicas, de excelência e características pessoais que contribuem para o bem-estar e alegria, no trabalho, desta unidade…

 

“Em tempos em que se pede alto rendimento com baixos recursos, como acontece hoje em dia, uma das expressões mais acarinhadas pelos gestores é:

“ trabalho em equipa”. Qual a origem etimológica desta palavra “equipa”, verdadeira pedra de toque?

“Equipa”, substantivo feminino, do francês “équipe”, define-se como um grupo de pessoas reunidas para uma mesma tarefa ou acção. O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, referencia a sua origem à palavra francesa “équiper”, “ajeitar, colocar em plena capacidade”, do antigo francês “esquiper”, “aparelhar um navio”, provavelmente do antigo Norueguês “skipa”, de mesmo significado, de skip, “navio”.

Claramente esta definição conduz-nos a entender o “trabalho em equipa” como o momento em que, por vontade própria, um grupo ou uma sociedade, resolve criar um esforço colectivo para resolver um problema.

A bibliografia refere que esta expressão “trabalho em equipa” ou “trabalho de grupo” surge após a Primeira Guerra Mundial, e é uma ferramenta organizacional muitas vezes usada no âmbito político, económico ou militar como uma fórmula cujo o propósito é resolver problemas.

Porque é tão relevante para a sociedade actual, que tão acirradamente estimula o individualista e o culto da personalidade, o “trabalho em equipa”?

- Porque ele possibilita a troca de conhecimento e agilidade no cumprimento de metas e objetivos partilhados, uma vez que otimiza o tempo usado por cada pessoa e ainda contribui para conhecer outros indivíduos e aprender novas tarefas, pois permite o máximo aproveitamento dos talentos de cada um, maximizando a criatividade, alimentando a motivação e a responsabilização individual. A partilha de tarefas acelera a rapidez na concretização, logo maior produtividade, graças à complementaridade de funções.

Mas não devemos esquecer que as equipas são constituídas por pessoas e só o profundo conhecimento dos elementos constituintes desta fórmula mágica permite aproveitar as suas vantagens, temos pois de conhecer e contornar os problemas/desvantagens: um grupo sem objetivos comuns tem tendência à dispersão e distração, que resulta em perda de tempo. Diferentes pessoas significa diferentes personalidades, cujo choque, e procura de uma liderança reconhecida, pode resultar num conflito. Este conhecimento reforça a necessidade de adaptação dos métodos de trabalho ao grupo, apoiando-se numa liderança efetiva e evitando a confusão nas funções a desempenhar e o desgaste do grupo com o objetivo de uma produtividade equilibrada entre os elementos da equipa.

 

Saber trabalhar em equipa é um fator muito importante, e uma característica essencial para os profissionais envolvidos. Devem ser valorizadas as pessoas que não pensam apenas na sua própria tarefa, mas também nos colegas e na instituição em si. Algumas técnicas como o “brainstorming” são muito usadas no âmbito do trabalho em equipa e outras dinâmicas de grupo permitem potenciar o trabalho em equipa. Para uma equipa resultar, cada elemento deve colocar a equipa em primeiro lugar e não procurar os seus próprios interesses; a empatia criada entre os elementos da  equipa permite que o trabalho em si mesmo seja agradável e ocasião de realização pessoal, a harmonia e respeito devem ser cultivados em todas as ocasiões.

 

Há características intrínsecas que favorecem o trabalho em equipa: personalidades compatíveis trabalham melhor juntas e a equipa sai beneficiada; um ambiente saudável e agradável favorece o trabalho em equipa.

Este conceito obrigou à mudança de natureza do próprio trabalho, que hoje em dia está dependente de intrincadas redes de conhecimento e relacionais, anulando o conceito do trabalho como realização de uma tarefa simples e de carácter repetitivo e automático, antes o trabalho se transfigura à medida das colaborações e dos contributos de cada elemento envolvido na equipa, numa complementaridade de funções em que o objetivo é o sucesso.

É essencial definir a missão de forma para que todos a compreendam e se revejam nela. Isto inclui o conhecimento do objetivo do projeto, da estratégia para o concretizar, dos benefícios a receber se o trabalho for concluído com êxito e das fórmulas a utilizar em caso de conflito entre os elementos do grupo. É necessário que todos os membros possuam pensamento positivo face aos objetivos propostos, basta que um dos elementos seja pessimista ou derrotista para que o trabalho corra riscos.

Cada elemento deve possuir auto-confiança e auto-estima suficientes para respeitar todos os outros, cada elemento deve confiar absolutamente na motivação dos outros e não esconder a sua;

A monitorização é fundamental, evitando distrações e falhas que, quando identificadas, devem ser imediatamente corrigidas e a equipa deve voltar rapidamente ao caminho certo;

As equipas devem ser constituídas apenas pelos elementos estritamente necessários ao projeto e deve ser sempre questionada a sua criação, pois nem sempre uma equipa é a solução para todos os problemas. Em vez de trazer aumento de produtividade, imaginação e novas abordagens para estruturas caducas, acabam por originar mais problemas.

 

Assim, para se justificar a constituição de uma equipa devem ser ponderadas três perguntas fundamentais:

- As tarefas podem ser divididas por vários profissionais organizadas por um líder? Se sim, isto não é uma equipa, que por definição implica que os seus membros trabalham juntos para o mesmo fim, usando as competências complementares;

Um elemento do grupo toma todas as decisões importantes? Se sim, isto não é uma equipa, que por definição implica co-responsabilização e um esforço conjunto;

Os profissionais respondem perante um chefe e não uns perante os outros? Se sim, isto não é uma equipa, que por definição implica o respeito mútuo e a confiança partilhada refletindo-se num elevado grau de empenhamento entre os elementos do grupo.

Em suma, ao fim de quatro anos não tenho dúvida que a equipa da área da comunicação da USP verdadeiramente desenvolve um “trabalho em equipa”.

 

Rosa Branca Mansilha, Responsável da Área Comunicação

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